No Brasil, André Prous (apud Madu Gaspar, 2003) sistematizou
oito grandes tradições de arte rupestre no Brasil a qual transcrevemos abaixo:
Tradição Meridional, localizada no sul do país e feita com a técnica de incisão
ou polimento. As cores principais são: preto, branco, marrom e roxo.
Tradição Litorânea Catarinense são testemunhos que vão do litoral até as
ilhas com quinze quilômetros de distância. É caracterizado por inscrições
em rocha (granito) com quatorze temas estudados por Prous que vão de
antropomorfos a geométricos.
Tradição Geométrica: presente desde o planalto sul, atravessa Santa Catarina,
Paraná, São Paulo, Goiás, Mato Grosso até o nordeste. Dada sua
extensão, Prous os subdivide em Meridional e Setentrional.
Tradição Planalto: passa pelo Planalto Central, pelos estados de Minas
Gerais. Paraná até a Bahia. Inscrições principalmente de animais em vermelho,
preto amarela e raramente em branco. Nesta região, encontra-se o
famoso sítio arqueológico de Lagoa Santa (MG), local de origem do fóssil
humano mais antigo do território nacional e que foi escavado por Lund. O
fóssil, conhecido como Luzia, foi estudado principalmente por Walter Neves
que, depois de estudos paleogenéticos, atribui-lhe a origem negróide.
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Tradição Nordeste: localizada nos estados de Minas Gerais, Bahia, Ceará,
Rio Grande do Norte, Pernambuco e Piauí. Nesta tradição. São enquadradas
as pinturas encontradas no principal sítio arqueológico do Brasil, o Sítio Boqueirão
da Pedra Furada (PI), cuja ocupação foi pesquisada por Niéde Guidon
e datada em até cinqüenta mil anos AP. Dada a complexidade destas
representações, pesquisadoras como Anne Marie Pessis e Gabriela Martin,
além da própria Niéde Guidon, estabeleceram subtradições nessa área.
Tradição Agreste: localizada nos estados do Piauí, Ceará, Rio Grande do
Norte, Paraíba e Pernambuco. Possui pinturas geométricas e antropóides,
além de representações da fauna.
Tradição São Francisco: apresenta-se nos estados de Minas Gerais, Bahia,
Sergipe, principalmente o vale do Rio São Francisco, com formas humanas
e de animais como peixes, pássaros e répteis da região.
E, finalmente, a Tradição Amazônica que é caracterizada por desenhos
antropomorfos e geométricos. Há representações nas margens dos rios
Cuminá, Puri e Negro.
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